"Que a fé e a esperança num futuro melhor sejam revividas a cada dia no seu coração."
Um abraço!!!
Eduardo Neves.
31 dezembro 2007
Feliz 2008!!!
30 dezembro 2007
Cristo morto ou ressuscitado?
Para muitos, a cruz passou a ser o centro da história. Sem ela, nada na vida tem significado. Seu simbolismo remete diretamente à salvação.
12 dezembro 2007
A contemplação do belo
Vivemos numa sociedade tecnológica que valoriza mais a ação e a funcionalidade do que a contemplação. Ao reverter estes valores, terminamos por exaltar a produtividade, dando ao homem a prerrogativa de ser ele o agente que fabrica a realidade a partir das ferramentas tecnológicas que possui. O meio e o fim são invertidos e a vida passa a ser medida pelo sucesso, desempenho e eficiência. Somos constantemente desafiados a ter vida, ministério, trabalho, família, lazer ou sexo com propósito – tudo muito pragmático e funcional. A quantidade de livros com as famosas receitas de “como” enchem nossas livrarias: “Como ter uma família saudável”, “Como obter o melhor de Deus” ou “Como desenvolver um ministério eficaz”, reduzindo a vida a esquemas produtivos. É a nova mentalidade tecnológica transformando as complexidades humanas e espirituais em pequenos defeitos que podem ser consertados com o uso correto de um bom manual e das ferramentas que ele sugere. A felicidade e a realização estão no resultado.
29 novembro 2007
O Holocausto do século 16
Com o advento do Cristianismo, o mundo – mais precisamente, o velho continente europeu – passou por muitas crises de ordem política e social, mas nada se compara ao conflito protagonizado por católicos e protestantes na França, no século 16, em decorrência de divergências entre a nobreza, o clero e a burguesia, agravadas pelo crescimento das correntes protestantes. Seguidores remanescentes de Martinho Lutero (1483-1546), que para contestar os abusos eclesiásticos fixou suas idéias de renovação na porta de uma igreja na Alemanha, iniciando assim a Reforma protestante; e de João Calvino (1509-1564), que fundou a Igreja Reformada e inseriu uma nova maneira de pensar a relação de Deus com a humanidade, foram os personagens de uma revolução religiosa que abalou as estruturas da Igreja Católica. Apesar de divergir do luteranismo em alguns aspectos, o calvinismo teve grande influência para o fortalecimento do pensamento reformista.
Antes da Reforma protestante, o catolicismo – imposto pela força coercitiva – era a religião oficial da Europa. E como autoridade máxima da Igreja Católica, as decisões do papa tinham tanto valor quanto as Escrituras Sagradas. Contudo, uma série de práticas que não condiziam com a atitude dos chamados “representantes de Deus”, como a riqueza material do alto clero, o uso indevido do dinheiro das ofertas e a prática da simonia – comércio de materiais sagrados e venda de cargos eclesiásticos – estava levando o povo à miséria e revoltando as camadas mais baixas da população. Esse descontentamento foi um dos motivos do surgimento de pensamentos reformistas baseados, principalmente, na doutrina de salvação somente pela fé e não pelas práticas cristãs. Por sua vez, o catolicismo ensinava que para alcançar a salvação era necessária a fé e a realização de boas obras estabelecidas pela igreja. Além do mais, os reformistas também julgavam inúteis o trabalho exercido pelos mediadores entre Deus e os fiéis.
Enock da Silva Pessoa, professor do departamento de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Acre, destaca a importância da ação promovida pelos reformistas: “Um grande número de intelectuais defende a Reforma protestante do século 16 como um marco histórico relevante na luta pelas liberdades democráticas, individuais e coletivas, e o luteranismo alcançou os objetivos de libertação social, política e religiosa, diminuindo a dominação política da Igreja sobre o Estado”, aponta.
Abusos – Os abusos do clero descontentavam também o rei da Inglaterra, Henrique VIII, que rompeu definitivamente as relações com o papa Clemente VII e promoveu a Reforma protestante em seu país. Assim, surgiu a Igreja Anglicana, da qual o monarca tornou-se chefe supremo, exigindo obediência dos súditos sob a pena de morte. Ainda, em solo inglês, fincaram-se os alicerces da Igreja Presbiteriana, também em decorrência de questões político-sociais.
Diante desse quadro, a Igreja Católica viu-se obrigada a tomar providências para manter a ordem e restabelecer seu poder nos principais centros europeus. Se a Reforma teve maior adesão em países com a Alemanha e a Inglaterra, na França – onde o absolutismo era mais radical – a entrada dos reformistas não foi nem um pouco pacífica, o que agravou ainda mais a crise entre as oposições religiosas. Em decorrência desse conflito, surgiram dois partidos políticos, cada um com interesses próprios: do lado dos católicos, o Papista; e, em favor dos protestantes, o Huguenote, expressão depreciativa atribuída pelos católicos franceses. Seguidores de João Calvino – um segmento formado por artesãos, comerciantes e nobres –, eles viviam no oeste e sudoeste francês sob constante ameaça, empenhados em disputas religiosas que se alastraram por várias cidades e culminou na madrugada de 24 de agosto de 1572, quando milhares de calvinistas foram massacrados, num dos episódios mais sangrentos que a História registra. Pegos de surpresa com ataques planejados pela família real e mediante o beneplácito da Igreja Católica, os huguenotes nada puderam fazer além de sucumbir sob as lanças e espadas do exército francês.
Do alto das torres sinos repicavam, nas ruas formavam-se procissões alegradas por cânticos de louvor em agradecimento a Deus pelos extermínio dos “hereges” e pela liquidação dos “malditos”. Em Roma, os sinos também soaram, denotando o contentamento do papa pela vitória dos católicos e da Coroa francesa sobre a corrente protestante, vista como uma peste que colocava em risco a liderança exercida pelo conclave. Até uma moeda comemorativa foi cunhada, além do pontífice encarregar o artista Giorgio Vasari da pintura de um mural celebrando o ocorrido. Por ter ocorrido em 24 de agosto, dia dedicado ao santo católico Bartolomeu, o episódio ficou conhecido como Noite de São Bartolomeu.
Semente – “A Noite de São Bartolomeu evidenciou a rivalidade política dos partidos que usavam a religião como pano de fundo para encobrir outros interesses”, comenta Arthur Prado Netto, pesquisador da Oficina Cinema-História, núcleo ligado ao departamento de História da Universidade Federal da Bahia. O estopim para a carnificina teve como precedente uma série de ligações envolvendo membros da nobreza. A França vivia sob o reinado do jovem Carlos IX, mas quem dava as ordens era sua mãe – Catarina de Médicis – que julgava o filho incapaz de tomar decisões importantes. Para acalmar as hostilidades entre católicos e protestantes, a solução encontrada foi uma aliança, o casamento de sua filha, Margarida de Valois, com o protestante Henri de Navarra, um aspirante ao trono.
O imbróglio começou quando um agente católico tentou assassinar o líder huguenote Gaspard de Coligny a mando da rainha-mãe, por receio da influência que ele exercia sobre o rei. Apesar da tentativa frustrada, o episódio enfureceu os protestantes. Convencido pelos aliados de que, durante a festa de casamento, centenas de calvinistas estariam em Paris tramando uma conspiração para tirar a coroa e a vida do monarca, Carlos IX não teve dúvidas e autorizou o massacre em massa dos supostos conspiradores, inclusive de seu líder. Com a bênção e a absolvição do crime por parte do papa Gregório XIII aos católicos, os ataques continuaram, atingindo as principais cidades do país. As águas dos rios ficaram infestadas por cadáveres insepultos, e o mau cheiro se espalhou pela capital francesa por vários meses. Pela estimativa, quase 100 mil huguenotes foram mortos durante os conflitos. Historicamente, a Noite de São Bartolomeu ficou conhecida como a mais terrível entre as ações diabólicas de todos os tempos. Os sobreviventes ao massacre foram obrigados a largar os pertences e fugir, espalhando-se pela Europa.
Em nome da França, então chamada de a “filha predileta da Igreja”, a rainha jurou que, a partir daquele dia, nenhum protestante nasceria naquele solo. A “peste”, segundo a ótica católica, havia sido exterminada – contudo, o episódio foi muito mais além. A partir dali, a teologia reformada espalhou-se pelo mundo. O episódio acabou tendo reflexos diretos sobre o Brasil. Fugindo da França que ardia em perseguições, o primeiro grupo de protestantes a desembarcar em terras brasileiras foi trazido pelo aventureiro Nicolas Durant de Villegagnon em 1557, com o objetivo de fundar uma colônia para os perseguidos. Dois anos mais tarde, aportou por aqui um grupo de apóstolos com missão evangelística, formado na maioria por protestantes. Era a França Antártica, empreitada que acabou não dando certo mas entrou para a História como a primeira tentativa efetiva de evangelização no Brasil, um passo decisivo para que o país chegasse ao século 21 como a segunda maior nação evangélica do mundo.
José Donizetti Morbidelli
Jornalista e assessor de comunicação e marketing
04 novembro 2007
Os justos e a cidade
“Aí o Senhor disse a Abraão: ‘Há terríveis acusações contra Sodoma e Gomorra, e o pecado dos seus moradores é muito grave’. Abraão disse: ‘Não fiques zangado, Senhor, pois esta é a última vez que vou falar. E se houver ali só dez pessoas direitas?’ ‘Por causa desses dez, não destruirei a cidade’, Deus respondeu.” A história está narrada no capítulo 18 do livro de Gênesis. Estava decidido: se constatasse que, de fato, as cidades de Sodoma e Gomorra eram pura corrupção em todos os sentidos, como parecia, Deus não pensaria duas vezes e as destruiria. Não era possível ao Senhor ver na terra que ele havia criado um povo tão cheio de malícia, mentira e perversidade. Era preciso colocar um ponto final naquela situação, que era uma agressão constante à santidade de Deus. E quem conhecia a região, como Abraão, sabia que dificilmente aquelas duas cidades teriam qualquer chance de escapar da fúria divina. Ele sofria só de pensar na destruição daqueles povos, mas não tinha jeito. Ou tinha?Talvez, sim. Abraão lembrou-se de um dos atributos que Deus mais prezava: a justiça. Se por amor a essa justiça, o Senhor estava próximo de acabar com Sodoma e Gomorra, era possível que o mesmo zelo divino fosse a salvação para aquelas cidades. Então, o patriarca do povo hebreu começa a interpelar Deus. Com uma ousadia que beirava o abuso, desafiava os limites do Senhor – será que as vidas de cinqüenta pessoas retas de coração não valeriam mais do que a dos milhares de corruptos? Ou quarenta? Trinta? Ou mesmo dez? A cada interpelação de Abraão, Deus respondia com uma afirmação de sua misericórdia e seu amor, sempre disposto a oferecer alguma chance para o ser humano reencontrar a dignidade com a qual fora criado, e de que abrira mão.Há dois aspectos dessa passagem que merecem reflexão. O primeiro deles tem a ver com a atitude divina diante de um cenário de degradação de valores e princípios: por mais caótico que fosse o estado espiritual e ético da população de Sodoma e Gomorra, os retos de coração – mesmo que fossem uma minoria – seriam a referência de Deus. Ao garantir a Abraão que não destruiria aquelas cidades se encontrasse, pelo menos, dez pessoas justas, o Senhor estava dizendo: “Minha decisão não será tomada em função dos corruptos. As ações deles me enojam, e serão condenados por elas, seja aqui ou no dia do grande Julgamento. Mas aqueles que praticam atos de justiça em meio à corrupção estão sendo agentes de meu Reino. Para mim, este é um motivo mais do que suficiente para poupar uma cidade inteira.”Em segundo lugar, Deus revelou, em seu rápido diálogo com seu servo Abraão, ser mais otimista em relação a este mundo do que nós mesmos somos. É possível que Abraão não esperasse que o Senhor fosse tão longe – talvez parasse nas quarenta ou nas trinta pessoas direitas. Dali para a frente, seria só condenação. No entanto, Deus foi ultrapassando os limites de Abraão, que parou nos dez justos muito provavelmente porque, para seu senso humano e incompleto de justiça, esta era uma quantidade razoável, a partir da qual seria mais do que natural ver a ira divina cair sobre aqueles povos.No entanto, o Senhor estava declarando sua confiança na supremacia da justiça sobre a corrupção e o pecado. Sob a ótica celestial, a presença de cinqüenta, quarenta ou mesmo dez pessoas comprometidas com os valores do Reino já seria suficiente para transformar aquelas cidades e resgatar a dignidade original das pessoas que viviam nelas. A maldade pode contagiar um povo e levar milhões de pessoas à ruína – mas o amor e a justiça de Deus são capazes de produzir uma revolução quando sinalizados nas vidas daqueles que o temem e servem, mesmo que sejam poucos. Mesmo que seja um.Prova disto é Nínive, uma cidade próspera, com mais de 120 mil habitantes – uma metrópole para a época em que viveu o profeta Jonas. Sendo ex-capital da Assíria e um grande centro de comércio, localizado à margem do Rio Tigre e no meio do caminho entre o Oriente e o Ocidente (portanto, politicamente influente), caiu em dois erros fatais: tolerou todo tipo de corrupção e desprezou o princípio divino da justiça. Também estava condenada a se transformar em cinzas, tal como Sodoma e Gomorra. Nem mesmo havia ali cinqüenta, trinta ou dez justos cuja presença fosse capaz de poupá-la. Mas bastou que um homem de coração reto começasse a denunciar os pecados da cidade, e logo toda a população – inclusive o rei – se arrependeu amargamente de sua malícia.A revolução que mudou o destino daquelas 120 mil pessoas corruptas começou com apenas uma, e foi possível porque Jonas não transigiu. Sua mensagem era dura, difícil de ser assimilada por quem estava acomodado com o pecado, mas era exatamente o que o povo precisava ouvir. Você acha que a cidade em que você mora (Rio, São Paulo, Brasília, Vitória, interior) é um depositório de corrupção, violência, mentira, prostituição e perversidade? Acredita que ela mereça um juízo tão rigoroso quanto o de Gomorra e Sodoma? O que você faria, se tivesse o mesmo poder de Deus e visse um traficante esquartejando um jornalista com uma espada de samurai; ou um político aceitando “caixinha” para fazer vista grossa a um esquema de corrupção; ou um policial negociando drogas com alguém que vai vendê-las na porta de uma escola?Pela sua graça, manifestada em Jesus Cristo, Deus fez uma opção: a de usar seus filhos para sinalizar os valores do Reino e resgatar a dignidade. Mas isso só é possível quando estes com os quais ele conta possuem um compromisso autêntico com a justiça do Senhor e não se omitem. Mesmo que sejam em minoria, são capazes de fazer uma revolução de proporções incalculáveis. Se ver sua cidade se degradar até a destruição incomoda, lembre-se de que você é a referência de Deus no meio do povo.
19 outubro 2007
Mistérios do Apocalipse
Guerras, catástrofes naturais, terror, indiferença, profetas e líderes para todos os gostos e fins, fome, crises econômicas, epidemias sem cura, fanatismo religioso... Quem mantém-se minimamente informado sobre o que acontece no mundo de hoje não escapa da dura realidade à sua volta. Porém, para muita gente, mais do que tragédias isoladas, os acontecimentos que costumam ocupar as manchetes significam algo muito maior: são sinais do fim dos tempos e da volta de Cristo, eventos profetizados na Bíblia. A uma certa altura, o noticiário pode até se confundir com palavras de Cristo registradas no capítulo 24 do evangelho segundo Mateus ou ainda com o conteúdo dos livros bíblicos de Daniel ou Apocalipse. Todos estes escritos sagrados apontam para um panorama de instabilidade, crises, tensões e catástrofes que precederiam o desfecho da História.Apesar dos chamados “sinais dos tempos” poderem ser verificados, em maior ou menor intensidade, em diversas épocas, nunca houve a soma de tantos deles como neste último século.




Sinais dos tempos
11 outubro 2007
Igrejas cheias de pessoas vazias?!
28 setembro 2007
E em toda a alma havia temor
Quando contemplamos a passagem de Atos dos apóstolos 2.42-47, notamos os passos iniciais da comunidade cristã primitiva na construção da Igreja. A Sagrada Escritura apresenta centenas de indivíduos agrupados em torno de um singular desígnio: proclamar a Palavra de Deus. Eles almejavam constituir uma Igreja submissa ao Senhor. Desejavam satisfazer ao Senhor e ser uma igreja que glorificava a Deus em tudo. Faziam reuniões nas casas, onde o rebanho de Cristo se relacionava. Eles ansiavam estar unidos porque isso fazia bem a todos e, ao mesmo tempo, fortalecia-lhes a fé.
Este tipo de relacionamento contíguo fazia com que os primeiros crentes em Cristo sentissem necessidades uns dos outros. Deste modo, essa sensibilidade suscitava uma comunhão espiritual e repartir do pão (eles vendiam suas propriedades particulares para socorrer os que careciam).
“E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” At 2.45-46

20 setembro 2007
O SENHOR É PAZ
A paz é o anseio mais profundo do homem. Desde muito cedo, os homens de bem se cumprimentavam assim: “Paz seja convosco” (Gn 43.23). Os anjos de Deus se apresentavam do mesmo modo: “Paz seja contigo!” (Jz 6.23). É ainda prosaico nos países do Oriente Médio, escutar atualmente uma reminiscência que vem de bem antes, das raízes mesmas da existência e da tradição destes povos.
Não por casualidade, ela é uma promessa de Deus ao seu povo; o Antigo Testamento nos ensina a abençoar assim: “O SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz” (Jz 6.26). Por ser tanto complexa quanto ameaçada, a paz na Sagrada Escritura sempre foi considerada um bem extremamente valioso. A raiz hebraica šlm (da qual procede shalom) é bem antiga e banal a todo o linguajar semita e promulgada não só a uma ausência de batalha, mas um conceito de perfeição, de “estar pronto” (“estar completo”, “estar finalizado”). Assim sendo, quem vive no shalom encontra-se com saúde, vive em um nível de perfeição (plenitude). No escrito hebreu do AT, logo, a paz tem uma extensa escala de significação, que excede simplesmente o político-bélico. A definição teológica de paz como benção de Deus está presente na maior parte da Bíblia Sagrada.
Os apóstolos pediam que o Deus de paz estivesse com todos, e esta saudação permanece na igreja até os dias de hoje: “Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (I Co 1.3). No Novo Testamento, a narrativa do nascimento de Jesus Cristo apresenta-o como o condutor da paz ao mundo por nobreza (dignidade), os anjos anunciam: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Lc 2.14
Com o aparecimento de Cristo Jesus a paz harmoniza um sentido completo de redenção e de triunfo sobre o mal e a iniqüidade, ela é oferecida aos homens como misericórdia divina.
“Um compromisso com a paz”
“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”. Mt 5.9
Incluído no contexto das bem-aventuranças reveladas por Cristo, podemos chegar à conclusão que para tomar posse do Reino de Deus, é imprescindível que o discípulo seja um difusor da paz, trabalhe para que a tranqüilidade governe efetivamente na sociedade.
Perguntariam alguns: Por que não há paz na terra? A resposta é simples: porque não damos ouvidos aos ensinamentos de Deus e não nos envolvemos no Seu plano de paz para o mundo. O profeta Isaías nos preveniu deste nosso erro, transmitindo a seguinte mensagem: “Assim diz o SENHOR, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o SENHOR teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar. Ah! se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, então seria a tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar!” (Is 48.17-18).
O conselho bíblico é que procuremos à paz!
“Aparta-te do mal, e faze o bem; procura a paz, e segue-a.” Sl 34.14
Nos escritos do apóstolo Paulo, a paz é ininterruptamente acoplada à graça de Deus; apontando que para o missionário a correta paz era procedente da graça que recebemos em Jesus Cristo nosso Senhor. Para Paulo a paz é um fruto do Espírito Santo em nossas vidas: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”. Gl 5:22
“Devemos orar pela paz”
“SENHOR, tu nos darás a paz, porque tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras”. Is 26.12
Por reconhecermos que a verdadeira paz vem de Deus, devemos orar para que nos mande a Sua paz, para todos nós: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá”. Jo 14.27ª
Você tem orado por sua cidade, bairro e rua? Você tem orado por seus vizinhos? Não adianta ficar reclamando, é indispensável orar. As igrejas devem realizar vigílias de oração pelas cidades de nosso país, vejam:
“E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz”. Jr 29.7
Os ensinamentos bíblicos podem colaborar em alto grau para uma reflexão sobre a possibilidade da paz no mundo contemporâneo; na perspectiva bíblica, só é possível em uma sociedade que convive de acordo com as reivindicações divinas postuladas no princípio do Evangelho do Senhor Jesus Cristo.
“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.”
Is 26.3
Promover a paz é lutar contra as injustiças sociais. Temos um exemplo em Martin Luther King, embora hoje haja segregação nos Estados Unidos, a situação era muito pior antes que este bravo pastor declarasse seu sonho e reunisse milhares de pessoas em protestos de paz. Seu famoso discurso, de 1963 – “I Have a Dream”- foi ouvido por mais de 250 mil pessoas em Washington DC .
Concluo lembrando que a paz de Jesus Cristo excede todo entendimento, e guardará nosso coração e mente. Amém.
“Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, SENHOR, me fazes habitar em segurança”. Sl 4.8
“Estas são as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas.” Zc 8.16
Eduardo Neves
Obs.: Hoje é aniversário da maior benção que Jesus Cristo me deu, meu filho Samuel(esta comigo na foto do perfil). Peço a todos os irmãos que orem para que o nosso Deus lhe dê muita paz e saúde. Futuro profeta de Deus. Amém. Aleluia!
15 setembro 2007
“A graça me comprou. A graça me ensinou. A graça me prendeu. Agora a graça me possuiu.”
"Graça Preveniente"
A salvação passa a existir quando o homem nasce espiritualmente, desperta para realidades não observadas anteriormente e acorda para sua iniqüidade e estado desamparado. Esta revelação interior é executada pelo Espírito Santo como uma dádiva divina para salvação de todos aqueles que crêem em Jesus como Senhor e Salvador.
Porém este convencimento do pecado não foi o início do trabalho do Espírito Santo em suas vidas. A doutrina que vamos estudar é chamada como graça preliminar ou preventiva de Deus, pois é aquela que o Espírito Santo providencia antes mesmo do arrependimento da pessoa, um intenso desejo por Deus e Sua justiça.
Este preceito bíblico que é um ensinamento iniciado pelo teólogo Tiago Armínio e depois aperfeiçoado por John Wesley, tem contribuído fortemente para visualização do agir de Deus em Seu povo. Podemos observar muitas mudanças na história de um pecador antes que ele receba a graça salvadora e o novo nascimento; transformações estas às vezes afetuosas, às vezes de forma vigorosa, segundo ele (pecador) seja capaz de percebê-la. O dicionário teológico (CPAD) define também graça preveniente como: “Doutrina sustentada por Armínio, segundo a qual, ainda que todos nós tenhamos degradado em conseqüência do pecado, Deus nos restaura a capacidade de crer nas verdades do evangelho”.
Nesta visão entende-se que o homem não tem totalmente sua personalidade depravada, e que o Espírito de Deus concede direito à liberdade de escolha ao pecador. O mover do Espírito Santo sobre o coração antes do novo nascimento é uma verdade confortante e encorajadora quando propriamente entendida; assim apreendemos que a prolongação da vida é tanto graça comum como preveniente, aumentando a possibilidade de salvação.
“Alguém pode sentir a presença de Deus; Deus pode dar um amanhecer de luz aos que estão na escuridão... e mostrar que Ele é um Deus que ouve orações. Tudo isso e, todavia não ter experimentado o novo nascimento”.
(Wesley's 52 Standard Sermons, p. 89).
Exemplos Bíblicos da Graça Preveniente
Em Atos dos apóstolos encontramos vários exemplos vejam:
(At 8) o eunuco etíope foi movido pelo Espírito para ler Isaías e Filipe foi levado para se unir a ele no estudo da Bíblia.
(At 9) Saulo é atingido pelo Espírito Santo (sem o apelo do altar), três dias antes de ser dito para levantar, ser batizado, lavar seus pecados e receber o Espírito Santo (assim tornando-se um cristão do Novo Testamento).
(At 10) vemos o Espírito Santo trabalhando com o devoto Cornélio e levando Pedro a ir até ele. Cornélio não era um cristão do Novo Testamento nesta época.
(At 13.48) vemos muitos gentios “ordenados” glorificando a Deus. Eles estavam sob a misericórdia da graça preveniente de Deus esperando pela Palavra da Verdade.
A graça sempre denota que Deus é quem toma a iniciativa. Essa é a razão de ser graça: não se inicia conosco, começa com Deus. Mas isso não isenta nossa responsabilidade de decidir e de crer. Porém nós O amamos. Só podemos amar ao Senhor porque Ele nos amou primeiro, previamente.
“A essência da doutrina da graça é que Deus é por nós.” (T. H. L. Parker)
Concluímos que a graça preveniente começa antes da manifestação da graça salvadora. Porém, não podemos descansar e pensar que os pecadores serão salvos sem evangelização e missões, pois como crerão Naquele de quem nunca ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue?
“Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?” Rm 2.4
Eduardo Neves
09 setembro 2007
Quem foi Teodoro Beza (1519-1605)?
Fonte: Introdução Bíblica - Norman Geisler & Willian Nix / Ed. Vida.
Eduardo Neves
08 setembro 2007
“Mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.”
A mensagem de Tiago é a mais prática de todos os livros do Novo Testamento, conseqüentemente um manual de comportamento cristão, o qual pressupõe um fundamento de fé por parte de seus leitores. Esta carta apresenta o nome de seu autor, Tiago, um dos líderes da primitiva igreja de Jerusalém e habitualmente considerado meio-irmão de Jesus; é também classificada como “epístola universal”, porque foi originalmente escrita para uma comunidade maior que uma igreja específica.
Alguns aspectos chamam atenção nesta epístola, como: seu tom de admoestação pastoral, sua estrutura pouco rígida (passa rapidamente de um tema para outro), o uso amplo e eficaz de metáforas e figuras de linguagem, e seu grau de ênfase nos ensinos de Jesus Cristo permeia toda carta.
Tiago conhecia tão bem os ensinos de Cristo que moldou as suas idéias e atitudes em sua literatura, destacando-se sua insistência em que a fé cristã autêntica tem de se evidenciar em obras. Assim questiona o autor aos seus leitores: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano,
E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.” Tg 2:14-17
Verdadeiramente Tiago enfatiza nesta passagem citada acima, o fato de que a fé deve ser funcional, persistente e que não se limite à mera confissão de Jesus como Senhor e Salvador. Desta maneira ele vindica evidências externas, de uma sincera certeza interior em Deus como autor e consumador da fé.
Certos teólogos modernistas encaram esta passagem de Tiago como uma distorção antinomiana do ensino paulino da justificação pela fé. Seria então uma contradição nas Escrituras Sagradas? A resposta é: CLARO QUE NÃO!!! Vejamos abaixo:
Porventura Abraão não foi justificado pelas obras?!
“Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?
Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.
E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.
Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.”
Tg 2:21-24
“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei”.
Rm 3:28
A menção das obras (termo grego ergon) relatadas por Tiago nada tem haver com as citadas em Romanos, as obras referidas na epístola paulina são “obras da lei”. Paulo usa o exemplo de Abraão para abolir o conceito errôneo de que a salvação depende de nossos próprios méritos; ao ponto de que Tiago utiliza o mesmo modelo para refutar a crença de que pode haver fé sem dedicação e apego à obra de Deus. Portanto o sentido de ambos é diferente (em relação à “obras”), mas a consonância de propósito é harmoniosa.
O liberalismo teológico dos que sustentam uma falta de concordância entre os textos, mostram resquícios de uma mentalidade primitiva indigna de fazer parte do credo cristão.
Tiago não afirma que a fé e as obras nos salvam (isso seria separá-las), mas que ambas se completam! Paulo da mesma forma explica que a verdadeira fé opera por caridade!
“Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor”. Gl 5:6
Certamente Deus é conhecedor dos corações de todos os homens (Pv 21:2), mas a demonstração da genuinidade da fé produzirá boas obras.
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Mt 5:16
Quando somos confrontados com o legalismo, com a tentame de fundamentar a salvação em obras humanas, é preciso ouvir Paulo - como aconteceu de formato intenso no período da Reforma. Mas, quando confrontados com o quietismo (estado de contemplação passiva), com a maneira de que as obras são dispensáveis para os cristãos, é preciso ouvir Tiago – como incidiu de forma igualmente influente na era dos irmãos Wesley.
“Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta”. Tg 2:26
Eduardo Neves
02 setembro 2007
Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.
Nascido na principal cidade da Cilícia e capital da província romana da Síria-Cilícia; criado e instruído ao redor dos melhores mestres da Lei Mosaica, nosso personagem era alguém que seguia o Judaísmo com seriedade e zelo, como ele mesmo dizia: “hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu” (Fp 3.5-6).
De perseguidor de cristãos transforma-se no mais incontestável missionário de Jesus Cristo, destacando-se com papel vital no crescimento e estabelecimento da igreja. Sua interpretação e aplicação da graça de Deus em Cristo é a maior obra hermenêutica já vista, pelo simples fato de que ele continua a nos ministrar até hoje. Sabia distinguir bem o incrível do que era explicável, o acreditável do inacreditável; suas 13 epístolas constituem quase um quarto do Novo Testamento.
Tinha consciência de seu chamado divino e autoridade apostólica; e da mesma forma era visto pelos demais apóstolos, como diz Pedro se referindo a sabedoria deste primoroso evangelista: “E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada;
Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição”. 2 Pe 3.15-16
Estamos falando de Paulo de Tarso, um estudioso nas Escrituras Sagradas que teve de lidar com questões éticas na igreja, como um simples corte de cabelo, e complicadas, como é o incesto. Não viveu na teoria, mas sua Teologia era exercitada pelo fervor e amor ao Deus que servia; sabia o que fazia por experiência própria, declarando ao mundo a salvação em Cristo Jesus. O apóstolo Paulo (que também se chama Saulo) aconselhava os cristãos que vivessem de forma peregrina, exatamente o contrário do que ocorre hoje em nossas igrejas, tão identificadas com o mundo circunvizinho pervertido e cruel.
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Gl 2.20
Conversão ou Chamado? De perseguidor a perseguido!
Aquilo era meramente a maior aberração religiosa que ele já ouvira. Ele não conseguia entender como é que um indivíduo de mente sã confiava naquilo. Aquela história parecia impossível, ridícula.
Mas essa ilusão a respeito de Jesus de Nazaré... que era mesmo que diziam a Seu respeito? Que Ele era um homem bondoso, curava muitos enfermos e operava sinais nunca vistos antes, isto Paulo não negava. Daí alguns afirmarem ser Ele o “Cristo de Deus” era só o que faltava, uma verdadeira abominação aos seus olhos –[via Jesus como maldição, pois Este fora condenado à morte de cruz (Dt 21:22,23)]-; tornou-se então, um ferrenho perseguidor daqueles que professavam esta afirmação a Jesus Cristo. Até que então:
“E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do SENHOR, dirigiu-se ao sumo sacerdote.
E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.
E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.
E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém.” At 9.1-7
O encontro de Paulo com Cristo simplesmente transformou-o em um distinto instrumento nas Mãos de Deus, alguém que, à semelhança de Isaías e Ezequiel profetas no Antigo Testamento desempenharam. Essa revelação do Senhor ao apóstolo foi essencialmente basilar para a missão de levar aos gentios o Evangelho de Cristo.
O episódio de sua conversão e a decorrência deste acontecimento teve um papel fundamental na formação de grande parte da Teologia de Paulo. Sua Cristologia reside no fato de que Jesus Cristo é o Senhor, e sem essa convicção, tudo o mais não teria sentido.
“E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai”.
Fp 2.11
“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”;
Cl 2.9
*Quando um escritor do Novo Testamento nos diz que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens”, não afirma que esse Mediador seja um tipo intermediário de ser, pois logo conclui que ele é “Cristo Jesus, homem”. Jesus não era um ser entre Deus e Homem: ele era Deus e Homem.
*Cerfaux,L.Cristo na teologia de Paulo.São Paulo:Teológica,2002./pág. 94.
Ide e Pregai o Evangelho!
Paulo ignorou os perigos que o ameaçavam e cumpriu seu encargo levando aos gentios o Evangelho de Cristo, completou sua carreira missionária de forma esplendorosa e conservou o mais importante que era sua fé. O apóstolo vivia Cristo, Ele era uma realidade irrefutável para Paulo, e isto ele pregava. Por todas as localidades que visitava, tanto governadores quanto reis, magistrados e excluídos ficavam sabendo que ele estivera por lá, e poucos eram que permaneciam indiferentes. O escravo Onésimo é um exemplo disso; foragido de seu senhor, encontrou-se com Paulo, que estava preso em Roma e de quem recebeu a mensagem do Senhor.
Não que todos os ouvintes da pregação de Paulo tornassem cristãos; longe disso! Todavia, a situação ficava bem definida: eles aceitavam ou rejeitavam a Jesus Cristo. Daí os apedrejamentos, as chicotadas, as prisões e toda perseguição; a mensagem que Paulo pregava trouxe conflito entre a Palavra de Deus e a vida exterior do homem.
*Sua mensagem não consiste em pura e simples comunicação verbal. O Evangelho que ele proclama não se reduz a informar sobre a gratuita iniciativa de Deus e sobre o acontecimento da morte e ressurreição de Jesus de Nazaré. É sobretudo a palavra de Deus e de Cristo.
*Giuseppe Barbaglio. São Paulo, o homem do Evangelho,p.107.
Paulo pregava que a vida cristã é um chamado à liberdade; sem necessitar dos rituais que muitos procuravam se justificar pela lei, assim afastando-os da graça de Cristo. Doutrinava a igreja permanecer firme em Cristo e aguardar no Espírito a esperança da justiça.
“Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.
Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará.
E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei.
Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.
Porque nós pelo Espírito da fé aguardamos a esperança da justiça”.
Gl 5.1-5
Cronologia das viagens de Paulo
1°Viagem Roteiro de ida:
CIDADE
EVENTOS
de Antioquia Síria ao
Porto Selêucia (25 km)
- Ponto de partida: ilha de Chipre, terra de Barnabé, a chamada “Ilha Feliz” – rica e bela;
de Selêucia a
Salamina (100 km)
- Atravessam a ilha de Salamina a Pafos, pregando nas sinagogas (130 km);
- Não menciona a resposta das pessoas ao evangelho;
em Pafos (capital da província)
- Evangelização do procônsul Sérgio Paulo;
- Oposição do mágico judeu Barjesus (ou Elimas): a derrota das trevas;
de Pafos a Atalia
- 240 km de navegação
de Atalia a
Perge, capital da Panfília (10 Km)
- Mudanças na equipe:
- Deserção de João: volta para Jerusalém;
- Paulo assume a liderança da equipe;
de Perge a Antioquia da Pisídia, cidade principal da Galácia (160 Km, 1000 m altitude)
- Dificuldades: caminho difícil e perigoso (2 Co 11.26); enfermidade física (Gl 4.13); povo depravado e hostil;
- Pregação na sinagoga: sermão de Paulo;
- “afluiu quase toda a cidade”: propagação da fé;
- duas resações: conversão de judeus e prosélitos e perseguição e expulsão da cidade;
- Paulo e Barnabé sacudiram o pó dos pés;
de Antioquia a Icônio (140 km )
- Centro agrícola e cruzamento de rotas;
- Pregação na sinagoga;
- Operação de sinais e prodígios; muitos crêem;
- Perseguição de judeus;
- ameaça de apedrejamento;
- Fuga para Listra (Mt 10.23: perseguição e fuga);
de Icônio a Listra (30 Km)
- Não havia sinagoga: pregação ao ar livre;
- Cura do paralítico de nascença;
- Idolatria: Júpiter (Zeus) e Mercúrio (Hermes);
- Público pagão: pregar a partir da compreensão;
- Perseguição de judeus de outras cidades;
- Paulo é apedrejado e gravemente ferido (2 Co 11.23; Gl 6.17 – marcas; 2 Tm 3.11);
de Listra a Derbe (100 km)
- Pregação do evangelho; muitas conversões;
- Poderiam ter tomado o caminho mais curto de volta;
Roteiro de volta:
CIDADE
EVENTOS
ß Listra ß
- Ministério de fortalecer os novos crentes;
- Organização de igrejas;
- Eleição de presbíteros;
ß Icônio ß
ß Antioquia Pisídia ß
ß Perge ß
- Pregação do evangelho;
ß Atália ß
- Porto de volta para Antioquia;
ß Selêucia ß
- Porto de chegada;
Antioquiaß
- Apresentação do relatório à igreja;
2°Viagem
EVENTOS
Antioquia à
- Paulo escreve a Carta aos Gálatas (ano 48-49 d.C.);
- Paulo e Silas partem para a Galácia;
- Barnabé e Marcos (seu primo, Cl 4.10) vão para Chipre;
à Síria e Cilícia
- Confirma as igrejas de Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia;
à Derbe/Listra
- Encontra Timóteo, filho de pai grego e mãe judia;
à Frígia e Galácia
- Apresenta os resultados do concílio de Jerusalém;
à Mísia/Bitíniaà
- Impedidos pelo Espírito Santo de pregar;
à de Trôade à Neápolis (240 km) à
- Visão de Paulo: ir para a Europa;
- Ponto de partida, passando pela Samotrácia, ilha rochosa, até o porto de Neápolis que servia a Filipos;
à de Neápolis a Filipos, colônia romana (15 km) à
- Colônia romana: status de Roma, língua latina, legislação e costumes romanos (16.20,21); o desafio de pregar em Filipos acendeu o desejo de pregar em Roma (Rm 1.9; 15.22);
- Lugar de oração junto ao rio: pregação às mulheres;
- 3 conversões especiais: a) Lídia, (comerciante de púrpura) e sua família; b) escrava adivinha; e c) o carcereiro;
- os donos da escrava levam Paulo e Silas ao fórum;
- eles foram açoitados e presos (2 Co 11.25; 1Ts 2.2);
- Louvor e adoração no cárcere: livramento;
- Paulo organiza a igreja (14.23; Fp 1.1)
- Lucas fica em Filipos (o pronome “nós” não é usado);
à de Filipos a Tessalônica (via Anfípolis e Apolônia (150 km)à
- Capital da província de Macedônia: porto e centro comercial;
- Cidade livre: governada por um conselho de politarcas;
- Missão: 5 a 6 meses;
- Paulo e Silas trabalham para se manter (I Ts 2.9)
- Eles recebem doações de Filipos (Fp 4.15,16);
- Paulo prega na sinagoga e em outros lugares (1 Ts 1.9);
- Conversão de alguns judeus e muitos gregos e mulheres;
- Convertidos: Aristarco e Secundo (20.4; 27.2)
- Perseguição de judeus: prisão de Jasom;
- “Estes que tem transtornado o mundo chegaram ... aqui” (17.6)
- Paulo e Silas fogem de noite para Beréia;
à de Tessalônica a Beréia (70 km)à
- Beréia: aos pés do famoso monte Olimpo;
- Paulo e Silas pregam na sinagoga;
- Os bereanos tinham fome da palavra e pesquisavam as Escrituras para conferir os ensinamentos de Paulo (17.11);
- Conversão de muitos homens e mulheres gregas ricas (Sópatro);
- Perseguição dos judeus de Tessalônica;
- Paulo é conduzido para outro lugar – Acaia;
- Silas e Timóteo permanecem para cuidar da igreja;
à de Beréia a Atenas (2 dias por mar) à
- A equipe está dividida: Paulo está só na cidade idólatra;
- Idolatria: muitos altares – altar ao Deus Desconhecido;
- Paulo prega na sinagoga e na praça;
- Filósofos epicureus (Epicuro: prazer e deísmo) e estóicos (Zenon: negação do prazer e panteísmo);
- Tagarela: literalmente, “apanhador de sementes” – escárnio e curiosidade;
- Paulo prega no Areópago (literalmente, “Colina do deus Marte”);
- Conversão de Dionísio (areopagita), Damaris e outros;
à de Atenas a Corinto (60 km)à
- Corinto: grande centro comercial e religioso (pornografia e imoralidade);
- Permanência na cidade de 1 ano e 6 meses;
- Paulo encontra Priscila e Áquila;
- Pregação na sinagoga: muitas conversões;
- A equipe se reúne: Silas e Timóteo chegam a Corinto;
- Paulo rompe com os judeus: prega na casa de Tício Justo, vizinho da sinagoga; conversão de judeus e outros;
- Paulo é levado ao tribunal do procônsul Gálio;
- Silas e Timóteo ficam em Corinto; Paulo, Áquila e Priscila vão para Éfeso;
Ano 50/51 d.C.
- Paulo escreve a 1ª e 2ª Carta aos Tessalonicenses;
à Cencréia à
- Paulo e seus companheiros pregam o evangelho neste porto (Rm 16.1);
- Paulo faz voto em Cencréia e raspa a cabeça;
à Éfeso à
- Paulo testa a receptividade dos judeus de Éfeso na sinagoga;
- Deixa Áquila e Priscila para prepararem a missão em Éfeso e viaja sozinho para Cesaréia, passando por Jerusalém e Antioquia;
Antioquia
- Paulo encerra a viagem na Igreja de Antioquia.

3° Viagem
EVENTOS
Antioquia à
- Paulo inicia sua visita à Galácia até Antioquia da Pisídia;
Éfeso à
- Capital da Ásia: cidade rica, centro comercial;
- Templo de Diana (Ártemis): sete maravilhas do mundo;
- Paulo e equipe ficam em Éfeso 3 anos (“grande porta” – I Co 16.9)
- Igreja: discípulos são batizados no Espírito Santo;
- Paulo prega na sinagoga por 3 meses;
- Escola de Tirano: Paulo ensina por 2 anos;
- Ministério público e de casa em casa (20.20), dia e noite (20.31);
- Perseguição: tribulação na Ásia (2 Co 1.8)
- Evangelho propaga na Ásia: Colossos, Hierápolis, Pérgamo e outras igrejas da Ásia (19.26);
- Paulo trabalha para se manter (20.34)
- Curas e milagres no ministério de Paulo;
- Queima de material de artes mágicas (cerca de U$ 2 mil);
- Planos: ir a Jerusalém, passar pela Macedônia e Acaia e ir a Roma;
- Revolta de Demétrio por causa do culto à deusa Diana;
- Gaio e Demétrio são foram presos; Paulo foi impedido de ir ao teatro;
Éfeso, ano 54/55
- Paulo escreve a 1ª epístola aos Coríntios: ditada a Sóstenes (I Co 1.1) e enviada por Timóteo (I Co 4.17; 16.10)
Macedônia (Grécia) à
- Macedônia (Beréia, Tessalônica, Filipos);
- Missão: edificar as igrejas e recolher ofertas para Jerusalém (20.35);
Macedônia, ano 55/56
- Paulo escreve a 2ª epístola aos Coríntios: ditada a Timóteo e encaminhada por Tito e outros dois companheiros (2 Co 8.16-24);
Acaia à
- As ofertas de Macedônia e Acaia estavam completas (Rm 15.26);
- Equipe com representante de várias igrejas (20.4);
- Cuidado de Paulo com o manuseio do dinheiro (2 Co 8.19-21);
Corinto à
- 3 meses: visita a Corinto; hospedado na casa de Gaio (1 Co 16.23);
- Cilada dos judeus contra Paulo: ele pretendia ir para Cencréia e de lá para Antioquia da Síria, mas é obrigado a voltar pela Macedônia;
Corinto, ano 56
- Paulo escreve a epístola aos Romanos: ditada a Tércio (Rm 16.22) e encaminhada por Febe (Rm 16.1,2);
Cencréia à
- A equipe segue de navio para Trôade;
- Paulo volta só para Macedônia;
- Paulo e Lucas navegam de Neápolis para Trôade;
Trôade à
- Ponto de partida da 2ª viagem (1 semana): Paulo reencontra a equipe
- Paulo prega e evangeliza: acidente com Êutico;
- Paulo não encontra Tito (2 Co 2.12)
Assôs à
- A equipe navega para porto de Assôs (60 km de navio);
- Paulo segue por terra (20.13; - 30 km a pé);
Mitilene, porto à
- A equipe se reúne novamente (20.14);
Mileto (via Quios e Samos) à
- Paulo manda chamar os presbíteros de Éfeso (50 Km);
- Paulo dá instruções e se despede;
Tiro – Fenícia (via Cós, Rodes e Pátara) à
- Tiro: Paulo fica 7 dias com os irmãos;
- O Espírito mostra o que vai acontecer com Paulo em Jerusalém;
- Eles insistem com Paulo para não subir a Jerusalém;
- Paulo e os irmãos se despedem da igreja de tiro;
Ptolemaida à
- Colônia romana: Paulo passa um dia com os irmãos;
Cesaréia à
- Paulo, o ex-carrasco se hospeda na casa de Filipe (o evangelista);
- Profeta Ágabo avisa a Paulo o que vai acontecer em Jerusalém;
- Os irmãos da equipe aconselham Paulo a não subir a Jerusalém;
de Cesaréia a Jerusalém (90 km, 2 dias)à
- Mnasom: discípulo de Chipre hospeda Paulo e equipe em Jerusalém;
- Paulo se reúne com Tiago e os presbíteros;
- Paulo apresenta relatório das viagens missionárias;
- Os líderes aconselham Paulo a aplacar a desconfiança dos judeus;
Viagem a Roma
EVENTOS
Cesaréia à
- Paulo é entregue ao centurião Júlio, da Coorte Imperial;
- Previsão de viagem: cerca de 2 ou 3 meses (ago/out)
Sidom (100 km) à
- Paulo recebe autorização para visitar amigos;
- Partem de Sidom e costeiam a Ilha de Chipre; (14 ou 15 dias)
Porto de Mirra (Lícia) à
- Tomam navio de carga que ia para a Itália: embarcação grande que comportava a carga e 276 pessoas (27.37);
- Prosseguiram devagar com dificuldade até Cnido;
Cnido (280km)à
- Navegação pela costa de Creta a partir de Salmona;
Bons Portos (Laséia) à
- Jejum: dia da expiação em 5 de outubro;
- A partir de novembro era impossível navegar no Mediterrâneo e o capitão discutia o que fazer;
- O porto era aberto e não oferecia proteção;
- Fenice ficava a 13 Km e oferecia segurança para o navio;
- Paulo sugere aguardar melhores condições de viagem;
- Tempestade: o navio é arrastado para o mar aberto;
- Cauda: preparam o navio para resistir a tempestade;
- 3 dias de escuridão: desespero total (20);
- Paulo anima as pessoas: mudança de atitude
Malta (800 km)à
- Terra a vista: perigo de colisão ( 27-29);
- Paulo evita a fuga dos marinheiros (30-32);
- Paulo exorta que comam pão: enfrentar a situação (33-35);
- Naufrágio: centurião protege Paulo dos soldados;
- Frio: cerca de 10 ºC: fogueira para aquentar-se;
- Paulo escapa da mordida da serpente (Mc 16.17; Lc 10.19);
- Públio: governante de Malta, hospeda Paulo (3 meses);
- Igreja: conversões e pregações?
- Partida: tomam navio Dióscuros para Itália (28.10-11);
Siracusa (Sicília) 100 km à
- 3 dias: contatos comerciais ou melhores condições de ventos para atravessar o estreito de Messina e chegar na Itália;
Régis (110 km) à
- 1 dia de parada: manobra difícil por causa de remoinhos;
Poteóli (300 km) à
- Baía de Nápoles: Paulo encontra irmãos e fica com eles 7 dias;
- Paulo encontra os irmãos de Roma na Praça de Ápio (70 km) e Três Vendas (15 km);
Roma (120 km a pé) à
- Prisão domiciliar por 2 anos sob guarda romana;
- Comunidade judaica: cerca de 10 sinagogas;
- Paulo reúne os judeus e expõe sua situação (28.17-22);
- Paulo anuncia o evangelho aos judeus (28.23);
- Paulo anuncia o evangelho livremente: soldados, guarda pretoriana; casa de César (Fp 1.12-14; 4.22);
- Companheiros de Paulo: Lucas, Timóteo, Aristarco, Epafrodito, Tíquico, Justo, Epafras, Demas;
Ano 60-62 d.C.
- Paulo escreve as epístolas aos Efésios, Colossenses, Filemon e Filipenses;
Finalmente, entre 67/68 d.C Paulo foi julgado e condenado à morte, e, em face de ser cidadão romano, em vez de ser crucificado, teria sido decapitado.
Quem de nós poderia pronunciar esta frase conservando uma boa consciência?
Esta pergunta é para uma análise sincera de nossas vidas.
“E não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados; Antes fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos”. I Ts 2.6-7
Eduardo Neves