02 agosto 2007

Batalhar pela fé

A fé cristã é uma completa certeza em Cristo, pela qual atingimos a perfeita comunhão com o Senhor. De acordo com a história, os cristãos sempre acreditaram que os eventos bíblicos, verdadeiramente aconteceram como descritos na Bíblia. Milagres como o nascimento virginal de Jesus, os prodígios que o próprio Senhor Jesus Cristo realizou, sua ressurreição corporal dentre os mortos, os milagres do Antigo e Novo Testamento, de modo geral, são todos considerados fatos.

Em meio aos amplos embates teológicos que marcaram o século XVI, quando o estabelecimento dos axiomas reformados era o centro das preocupações para identificar o pensamento protestante, homens como Martinho Lutero e João Calvino dedicaram muito de seus esforços ao entendimento da fé.

Pela fé entendemos a criação de todas as coisas (Hb 11:3); esta certeza é como estar vendo o invisível, não é uma concordância cega e desvairada, mas um sentimento baseado nos fatos da obediência a Jesus Cristo e a Sua Palavra. Esta confiança é apresentada como a única condição prévia, que o Senhor Deus requer do homem para a salvação; pelo Evangelho descobrimos a justiça de Deus que nos ensina a viver pela fé (Rm 1:17).

Então entendemos que ela é nossa maior riqueza? Claro! Ela é como o ouro provado no fogo! Assim compreendemos que sua defesa é necessária, vejamos o que o Senhor nos diz: “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” (Jd 1:3)

A epístola de Judas não fica no centro de debates teológicos importantes, mas o tema que aborda é de importância basilar a veracidade cristã; seu escritor surge conclamando seus leitores a considerarem o que acontece quando pessoas que professam seguirem a Cristo negam a fé, agindo numa situação que poderiam ser chamadas de ímpias.

Judas fala de pessoas que tentavam transformar em devassidão a graça de Deus, ensinos que, seja como for, Deus perdoaria aqueles que de contínuo entregavam-se às concupiscências carnais; ou então, que os que vivessem na obscenidade estariam para sempre seguros se, no passado, eles creram em Jesus Cristo. Pregavam a absolvição da iniqüidade, mas não na exigência da santidade.

Na verdade Judas queria dizer: Perigo! Falsos Mestres!

Recordo que certa vez quando lecionava na escola bíblica dominical, o caso de imoralidade sexual de um diácono da igreja, foi tema de um sério debate (pois a maioria da classe defendia o perdão de um homem que insistia em trair sua esposa, sem demonstrar menor temor ao Senhor). Fiquei atônito com o pensamento da classe (70%), pois tinham a fantasia de que amor divino suplantaria Seu propósito de justiça e integridade moral.

Infelizmente esta contraversão de pensamentos vem se disseminando na igreja contemporânea, a carta de Judas fala no presente como falou a todas as eras precedentes. Essa moda de ser tolerante com qualquer coisa que se denomine “cristã”, é a causa principal para as divergências na igreja. Os crentes em Cristo autênticos, todavia, defenderam as predições de juízo, contra esta doutrina pagã que desde ao primeiro século de nossa igreja vem nos assombrando.

Meu convite a você cristão fiel, é batalhar na defesa da fé; é tomar uma posição firme contra aqueles que, em nossas igrejas distorcem a doutrina verdadeira de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Devemos dar um basta a esses que tentam “remodelar” o evangelho, tendo com interesse que ele venha a perder sua essência.

“Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.” (Tt 1:9)

A mais simples definição da fé cristã é uma confiança que nasce do coração, é dom de Deus!

Eduardo Neves

Obs.: O diácono citado neste texto se desviou do evangelho, e continua vivendo em toda impureza pecaminosa que permeia a sociedade corrupta e imoral.