26 julho 2007

Legado colossense?


Os pais da igreja ensinaram fielmente que a Bíblia é a Palavra de Deus escrita. Teólogos ortodoxos abraçaram o conceito, que a Sagrada Escritura foi inspirada verbalmente, sendo o registro escrito por inspiração do Senhor.

Assim sendo, passaram-se séculos e a Bíblia continua moderna, produzindo resultados práticos de sua literatura; para corroborar com a idéia de sua contemporaneidade, um agente importante está ligado, é que simplesmente os problemas do passado ainda existem e persistem em assombrar a igreja no presente.

A epístola do apóstolo Paulo aos colossenses é uma boa comprovação do que estamos analisando. Esta igreja surgia com uma mescla do legalismo judaico, das especulações filosóficas gregas e do misticismo oriental. Suas observâncias rituais (extraídas do judaísmo), seu ascetismo e sua veneração a anjos, fomentavam o orgulho humano e criavam barreiras entre Deus e os colossenses. Paulo demonstrava estar contente e repleto de gratidão pela firmeza de fé que eles apresentavam em Cristo; entretanto, ele considerava como imprescindível o aperfeiçoamento do conhecimento cristão da congregação.

Passou-se mais de 1.945 anos que esta carta foi escrita, e a igreja continua recebendo a mesma ameaça de doutrinas espúrias. É inacreditável ver determinadas igrejas contemporâneas, ainda observarem tais ritos judaicos, colocando-os para a comunidade cristã de “forma nova”, realizando uma verdadeira inversão no tempo. Que elementos na liturgia da Igreja dimanam do judaísmo até entendemos, o que não podemos suportar é o exercício de falsas doutrinas sincretistas, que combinam por outro lado com os comerciantes do evangelho (peritos na extorsão financeira) com um único objetivo: fazer dos cristãos “objetos de exploração”. Batismos são excepcionalmente realizados depois de supostas revelações angelicais; estes procedimentos não são bíblicos! Nosso Deus e Salvador disse: “ Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Mc 16.15-16).

Em contra-ataque a este problema, a fundamental instrução do apóstolo na epístola, percorre em torno da superioridade de Cristo em todas as coisas. Paulo persevera no fato de que não há nenhum abismo entre o Deus transcendental e a sua criação material, e apresenta o Cristo como sendo ao mesmo tempo o Criador e Restituidor à graça divina. Jesus Cristo é declarado por Paulo como a expressão perfeita de Deus que liga céu e terra, dispensando qualquer categoria angelical para esta reconciliação, visto ser Jesus Cristo perfeitamente divino e humano em sua natureza. A perfeita união de naturezas em Jesus faz Dele o Senhor absoluto de todo o principado e potestade, estando os anjos sujeitos a Ele.

“Devemos fazer como nosso irmão Paulo fez no passado, limpar a igreja desta poeira repugnante, mostrar que estes ensinos desprezíveis surgidos em Colossos provêm do espírito do Anticristo, já lançando seu engano para o final dos tempos, para enganar até mesmo os escolhidos se lhe for possível.”

Nosso consolo fica que o mesmo apóstolo nos admoesta: “... que importa que haja entre nós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre nós.” ( I Co 11.19)
Mesmo que em referência a um ato de comunhão com Cristo (Ceia), esta passagem elucida bem como devemos estar: sempre prudentes.


“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,”
Efésios 5.15

Eduardo Neves